José Luís de Oliveira - Zélus

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Campinas / Brasil Afirmativo, São Paulo, Brazil
O sangue do Negro Africano, Índio Brasileiro e dos Imigrantes Europeus, correm em minhas veias, Brasileiro sem dúvida nenhuma. Campineiro da gema, apaixonado por Campinas - (SP) sua história, arquitetura e povo. Nasci em 21 de Agosto de 1964, em uma família, de quatro gerações de ferroviários, homens que passaram suas vidas entre o ferro fundido dos trilhos, e o fogo das caldeiras. Iniciei minha vida no ramo da metalurgia, seguindo os passos dos homens de minha família. No chão de fábrica ... Não, demorou muito para que, tomasse consciência, da importância, da eterna luta de classes, em busca de melhores condições de vida e inclusão social. Hoje militante do movimento negro, costumo dizer, que não escolhi ser do movimento negro, o movimento é que me escolheu. Meu bisavô Armando Gomes fundou a Liga Humanitária em 28 de novembro de 1915. A luta do povo negro, é distinta, e não pode ser, refém de partidos, e interesses meramente pessoais. Jornalista e Artista Plástico, resolvi usar este espaço, para relatar, o dia a dia, do nosso povo, o brasileiro.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Hip-Hop e Consciência Negra / Museu do Negro, um referência para a história do negro em Campinas e região




Como negra e integrante da Cultura Hip-Hop acredito que é de suma importância a informação e para tanto resolvi escrever sobre um museu que contribui muito para auto valorização da nossa historia e por isso a coluna Laboratório de idéias preparou uma edição muito mais que especial.O que é para alguns pode ser comum para outros é uma grande novidade principalmente para nós, para quem não sabe Campinas/SP foi à última cidade no Brasil a abolir a escravidão. Por isso essa matéria é mais do que especial, ela é importante para ressaltar a luta e a inteligência de nossos irmãos. Este Museu serve como referência a todos que se identificam com a luta dos negros no Brasil.Um abraço a todos e boa leitura.



Negra Ângela (N. A)







O MUSEU DO NEGRO DE CAMPINAS - (Breve Histórico)


O Museu do Negro de Campinas (MNC) se encontra em pleno Cambuí, um dos bairros mais sofisticados de Campinas e reduto da classe média da cidade. Mas sua História e a presença de um Museu Negro marca um legado da presença e resistência do negro em Campinas. O Cambuí já foi habitado pela comunidade negra, que dividia espaço com ricos donos de chácaras. A informação pode surpreender a maior parte das pessoas, mas retrata uma realidade incontestável. Prova disso é a casa localizada na rua Emílio Ribas, 1.468, construída no início do século 20 e que até hoje mantém características arquitetônicas originais, numa área onde predominam edifícios e estabelecimentos comerciais. Considerado um símbolo da luta pelo resgate da história da participação do negro na formação urbana do município, o imóvel, com cerca de 150 metros quadrados de construção e área total de 720 metros quadrados. A partir do inicio de 2002 tornou-se a sede do Museu do Negro de Campinas (MNC). A iniciativa da implantação do museu é de um grupo de pessoas vinculadas à Comunidade Negra de Campinas e o primeiro passo do projeto, que tem como objetivo a preservação da história do negro em Campinas, foi dado no final do ano passado, com o pedido de tombamento do imóvel junto ao Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc). A solicitação acabou de ser avaliada e o Condepacc em 26 de junho aprovou o tombamento do imóvel.
Um grande incentivo para a montagem do museu é a existência de provas documentais confirmando que aquela área da cidade já foi reduto de famílias negras, que, no período pós-escravismo, conseguiram construir os imóveis com o próprio trabalho. Uma escritura do 1º Cartório de Registro de Imóveis Elvino Silva atesta: “…Uma pequena casa, terreno e quintal, à Rua n.º 1, no lote n.º 3, da Quadra n.º 2, medindo cinqüenta palmos de frente, por cento e cinqüenta ditos de fundo, no Bairro dos Cawboys (como era enominada aquela área – a grafia é a que consta no documento)…Nome e domicílio do adquirente: - Adão Geraldo dos Santos (avô do “seo” Agostinho)”. As primeiras peças do museu já estão no local. São fotos e cópias de documentos já expõem um pouco da história das famílias negras que ali habitavam. Entre outros estão uma Carta de Cocheiro emitida em nome de Adão Geraldo dos Santos, emitida em 17 de julho de 1912 e uma outra Carta de Cocheiro, em nome do pai de “seo” e Agostinho, emitida em 22 de março de 1922, um diploma de contribuinte da Associação Humanitária Operária Campineira, datado de janeiro de 1932; e cópias de documentos da Corporação Musical Campineira e da Liga Humanitária dos Homens de Cor- LHHC. O Museu em parceria com a Secretaria Municipal de Educação- SME/FUMEC, a Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo- SMCET e a Coordenadoria de Assuntos da Comunidade Negra- CACN vem desenvolvendo o Projeto: “Memórias, Vivências e Histórias Negras”que tem como objetivos:Preservação e documentação das Memórias, Histórias e Vivências Negras. (aqui compreendido elemento material e imaterial: fotos, documentos, pinturas, sons, lembranças/histórias contadas por pessoas da comunidade negra, quando possível documenta-las em suporte de vídeo, áudio, escrita etc.) Introdução na Escola/Educação de Memórias, Vivências e Histórias Negras. (Para alem daquelas presentes nos livros didáticos, incorporando as Memórias, Vivências e Historias de pessoas que estão presentes no ambiente de nossas crianças e adolescentes, que muitas vezes não são percebidas ou legitimadas na escola, e portanto não reconhecidas pelos nossos alunos). Introdução na Escola/Educação de imagens negras em importante e diferentes papeis sociais.(sem desmerecer aqueles de pouco destaque, mas fugindo dos estereótipos tão comuns ainda, embora reconhecendo que tem havido progressos).
Sensibilização dos profissionais da educação: Professores, especialistas, diretores, coordenadores pedagógicos para atuarem como atores/protagonistas no resgate das Memórias, Vivências e Histórias Negras. (a participação dos profissionais da Educação é de fundamental importância neste projeto, dado que estas Memórias, Vivências e Histórias Negra não são estranhas ao seu cotidiano, elas apenas são vistas fora de contexto ou entôo de forma fragmentada, e às vezes não percebidas como fontes importantes do processo educacional). Apropriação por parte da SME e comunidade escolar de imagens positivas sobre o Povo Negro. (estas imagens de múltiplos significados estão presentes na comunidade, mas que aparecem no ambiente escolar apenas nas datas comemorativas, diluídas portanto de sua dimensão plural e que atua na comunidade em diferentes papeis sociais). Resgate das Memórias, Vivências e Historias Negras a partir de alunos, familiares e profissionais da SME/FUMEC. (trata-se de envolver alunos, familiares, profissionais da rede, muito destes negros na descobertas de imagens positivas, presentes em suas comunidades).




Outras atividades do Museu do Negro



O Museu do Negro além das atividades de gravação de depoimentos de personalidades da comunidade negra de Campinas (através de equipamentos emprestados e por períodos curtos), também na sede do Museu são ministrados aulas de Capoeira (17 pessoas) e musica (vários instrumentos) e em breve estará sendo constituído um “Coral de Vozes Negras”. Na musica ao todo são atendidas cerca de 72 pessoas.- Visitantes do Museu até 24/06/2003: 174 pessoas. Seguem em arquivo eletrônico: Fotos sobre o Museu e atividades ali desenvolvidas;
Atenciosamente,



Agostinho dos Santos (Seo Agostinho),Leonice Sampaio Antonio (Tia Nice do Acarajé),Professor Dr. Geraldo Ferreira Mendes, Maurílio X ,Museu do Negro de Campinas- MNCR ua Emílio Ribas, 1468Cambuí, Campinas/SP- CEP 130250142Fone: (19) 3254 3621/ 9605 6125e-mail: museudonegrodecampinas@gmail.com

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