José Luís de Oliveira - Zélus

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Campinas / Brasil Afirmativo, São Paulo, Brazil
O sangue do Negro Africano, Índio Brasileiro e dos Imigrantes Europeus, correm em minhas veias, Brasileiro sem dúvida nenhuma. Campineiro da gema, apaixonado por Campinas - (SP) sua história, arquitetura e povo. Nasci em 21 de Agosto de 1964, em uma família, de quatro gerações de ferroviários, homens que passaram suas vidas entre o ferro fundido dos trilhos, e o fogo das caldeiras. Iniciei minha vida no ramo da metalurgia, seguindo os passos dos homens de minha família. No chão de fábrica ... Não, demorou muito para que, tomasse consciência, da importância, da eterna luta de classes, em busca de melhores condições de vida e inclusão social. Hoje militante do movimento negro, costumo dizer, que não escolhi ser do movimento negro, o movimento é que me escolheu. Meu bisavô Armando Gomes fundou a Liga Humanitária em 28 de novembro de 1915. A luta do povo negro, é distinta, e não pode ser, refém de partidos, e interesses meramente pessoais. Jornalista e Artista Plástico, resolvi usar este espaço, para relatar, o dia a dia, do nosso povo, o brasileiro.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Exposição Quilombola reafirma resistência negra - Vermelho




14 DE AGOSTO DE 2007



Exposição Quilombola reafirma resistência negra no Brasil



Em cartaz até o dia 06/09, no Museu da Imagem e do Som de Campinas, a exposição ''Quilombolas - tradições e cultura da resistência'' é muito mais do que uma exposição de fotos e documentação das comunidades negras remanescentes dos quilombos. Ela reafirma a história do Brasil e resgata a importância do quilombo urbano - forma contemporânea de resistência num território étnico onde o negro organiza e reproduz sua cultura. A exposição traz fotos de André Cypriano e pesquisa de Rafael Sanzio Araújo dos Santos. Mãe Preta, homenagem em território que pertencia aos negros . Para José Luis de Oliveira, presidente do Museu do Negro, Campinas é uma das únicas cidades brasileiras a ter quilombos urbanos. Segundo ele, os quilombos urbanos começam a se fortalecer na cidade a partir de 1903. Eram várias formas de resistência como, propriedade de terrenos e entidades de auxílio mútuo - como a Liga Humanitária dos Homens de Cor - precursora, dentre outras coisas, da previdência social brasileira. A definição de territórios particulares na cidade não impediu que a comunidade negra fosse agredida pelas várias formas de racismo. Luis destaca dois exemplos, a Igreja do Rosário - que era freqüentada por negros e foi demolida para ''dar passagem ao progresso'' com a construção de uma nova avenida; e a estátua em homenagem à Mãe Preta. ''A estátua fica num espaço no centro que pertencia aos negros'', afirma. Hoje, o território é ocupado por prédios de apartamentos que, se pertencem a negros, não pertencem mais à comunidade. Dona Sinhá - cidadã histórica do movimento negro campineiro - lembra que o racismo ainda era forte até os anos 70. Na década de 50, ela estudava numa escola pública no centro e sempre que podia, ao sair da escola, tentava participar do auditório de um programa da rádio local, pois era fã de uma cantora da época. Jovem ainda, ela não atentava para o fato de o vigia da rádio sempre inventar uma desculpa para que ela não participasse do programa. ''Havia também as ruas e praças dos brancos e dos negros, um não freqüentava o território do outro, e isso em plenos anos 70'', recorda. Luis aponta ainda o preconceito embutido na exigência cartorial e jornalística de grafar a entidade, atividade etc, como de homens de cor. ''Sem isso, você não conseguia o registro, nem a divulgação da atividade'', afirma. Segundo ele, os problemas da elite racista aumentaram quando as ferrovias começaram a contratar negros para trabalhar. Os negros que estavam trabalhando passaram a desenvolver formas de resistência e solidariedade. ''Foi nesse contexto que surgiram os quilombos urbanos'', diz. Na entrada da exposição, um painel destaca o significado aproximado de Quilombo na língua Banto: acampamento, habitação, floresta e guerreiro; e clareia espíritos ao informar que na região central da bacia do Congo, quilombo significa ''lugar para estar com Deus''. A diretora do projeto da exposição, Denise Carvalho, divide a curadoria com Lucrecia Caruso. O MIS Campinas está localizado no Palácio dos Azulejos (rua Regente Feijó, 859 - centro/Campinas/SP). A exposição ''Quilombolas - tradições e cultura da resistência'' está aberta à visitação publica de terça a sexta-feira das 10 às 18h e aos sábados das 10 às 16h. A entrada é gratuita. Informações e contatos: (19) 3236.7856.

De Campinas, Agildo Nogueira Jr.




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